HM Macahé
Episódio 7 - Professor João Salgado
Atualizado: 26 de abr. de 2021

Ouça o episódio:
Sejam todos bem-vindos a mais um episódio do "Histórias da Música em Macahé''. E hoje é um dia especial, onde faremos a justa homenagem a um professor de violão que deixou marcas e muitas saudades. Plantou sementes que renderam bons frutos. Em outras palavras, educou com tanta maestria que formou mais do que alunos: formou discípulos que seguem até hoje a difícil e bela carreira de músicos. Seu nome?? JOÃO SALGADO!!
Depoimento de Lúcio Duval (Chin):
Olá à todos! Eu sou o Lúcio Duval, violonista, mais conhecido em Macaé como Chin, e fui aluno do "seu Salgado" por mais de ano. Me lembro que comprei um violão, na época, e tentei aprender sozinho. Depois de 2 meses, vendo que não ia muito longe, resolvi procurar um professor e me indicaram o "seu Salgado". Então fui lá ter aula com "seu Salgado". Primeira coisa que ele me perguntou: você quer aula com teoria musical ou sem teoria? E como era o mesmo preço e eu era curioso, eu falei: bom, com teoria. E foi a melhor coisa que fiz, porque isso me ajudou muito nos meus estudos futuros de música. E dali eu parti então para estudos mais aprofundados. A aula do "seu Salgado", me lembro muito bem, tínhamos um método de violão, era do Isaías Sávio, chamava-se "Técnica do Mecanismo". Muito bem construído, melódico. Eu gostava muito de tocar aqueles estudos. Ficava estudando aquilo, tocando o dia inteiro. Macaé não tinha muita coisa pra fazer. Isso era lá pelos idos de 1977. E chegava "afiadasso" na aula, tocava tudo de cor. Então evolui muito rápido com o "seu Salgado"...
A aula dele era o seguinte: chegávamos na aula, ele tomava o questionário que tinha no livrinho. O livrinho de teoria era o da professora Maria Luíza de Mattos Priolli, se chamava "Elementos Básicos da Teoria Musical" (correção: "Princípios Básicos da Música para a Juventude"). Cada capítulo tinha um questionário. E a gente tinha que estudar o capítulo e responder o questionário. Eu respondia tudo a lápis, e depois levava as repostas pra ele. Ele perguntava, eu respondia. E daí, tava tudo bem, ele comentava mais alguma coisa. Líamos mais um pouco do próximo capítulo de teoria, e ele falava pra estudar aquele capítulo na semana. E depois ele começava a tocar uma música pra impressionar a gente, pra estimular a gente a tocar, né? E ele tocava aquelas Serestas, me lembro muito bem dele tocando "Abismo de Rosas", a "Marcha dos Marinheiros". Tocava um Villa-Lobos também, o prelúdio n°1. Gostava de mostrar as escalas, e subia com o violão, vinha lá em cima (risos), e olhava pra gente pra ver se a gente ficava impressionado. Esse era o "seu Salgado". (Risos)
Então ele tocava um pouco, sempre tocava. Eu achei isso muito importante. Eu levei isso pra frente, para os meus alunos também. Sempre gostei muito de tocar para os meus alunos, pra estimular e pra mostrar as possibilidades que tem na guitarra ("guitarra acústica", o mesmo que violão) né?! Isso foi muito legal. Isso enriquecia muito nosso vocabulário musical, porque naquela época não tinha a facilidade que temos hoje. Ah, quer ouvir uma música, baixa aquela música!! Isso era muito interessante, era muito bom pra gente, porque a gente ficava conhecendo mesmo as músicas que só conhecia mas rodas de seresta… o Salgado era... depois fui saber que ele era um bom seresteiro. Gostava muito de estar nas rodas de seresta. Então, eu tinha 14, 15 anos. Imagina, que "ia tá" numa roda dessa! Por isso essa informação era muito interessante. E depois que ele tocava um pouco pra gente, começávamos nós a tocar o que tínhamos preparado. Tocávamos aquilo. Ele analisava… conserva aqui ou ali. Mas como eu era um bom aluno, raramente ele conserva alguma coisa. E partia pra frente...e próximo estudo. Ele dizia como é que deveria ser tocado aquilo… e era essa, em si, a aula do "seu Salgado".
Seu Salgado foi uma pessoa muito importante para os violonistas da época, porque passaram vários músicos bons pela mão do "seu Salgado". Músicos macaenses, alguns vão dar depoimento aqui, e ele dava essa condição pra gente. Ele tinha um técnica muito boa. O estudo do Isaías Sávio desenvolvia muito bem o domínio sobre o instrumento. Eu comecei e logo uns 3 meses depois já tava tocando algumas coisas interessantes. Tocava pros meus amigos que estavam aprendendo a tocar violão também. Daqui a pouco mais um amigo foi estudar com ele, depois outro. Daqui a pouco todos os meus amigos estavam estudando com ele (risos). Uma pessoa muito importante, muito querida, que ajudou muita gente a avançar no seu instrumento, em Macaé. Sou muito grato ao "seu Salgado". A aula dele era na vila que tem ainda atrás do Tênis Clube. Era 1hora de aula por semana, e o resto era a gente em casa fazer os exercícios e ir pra aula.
Bom, eu agradeço muito ao "seu Salgado", que me deu as condições de seguir em frente na música. Através dele, depois pelo que ele me preparou, eu consegui entrar na escola de música… passei... fiz faculdade de regência durante um bom tempo. Depois vim pra Europa, continuei meus estudos de violão. Me formei em professor de violão na Suiça. E sempre me lembrando daqueles ensinamentos básicos que o seu Salgado tinha me dado. Muito obrigado "seu" João Salgado!!
Carta de sua filha Glória Salgado - enviada exclusivamente para o nosso projeto:
João Salgado Chagas, nascido no dia 29 de maio de 1910, na cidade de Barbacena-MG, filho de Joselina Alves Salgado e Afrânio Tavares Chagas. A família era composta por 7 irmãos: João, José, Afrânio, Amélia, Maria, Guilhermina e Izabel. Na adolescência foi para Belo Horizonte estudar no Seminário Católico e no Conservatório de Música. A opção pela música foi inevitável e prestes à sua ordenação, desistiu do Ministério Sacerdotal. Iniciou os estudos executando flauta, tocou piano, violão, órgão e se definiu pelo violão que foi a sua grande paixão. Toda família tocava vários instrumentos. A senhora Joselina era violinista e formou um conjunto musical que em datas especiais colocava o piano em um caminhão e esse conjunto saía pelas ruas de Barbacena fazendo serenatas. No final da década de 30 foi convidado a se apresentar no Teatro Colón em Buenos Aires com a Orquestra Sinfônica de Belo Horizonte, na qual ele havia feito um arranjo para violão da protofonia de "O Guarani " de Carlos Gomes, onde foi aplaudido de pé.

Carteira da SBAT
(Arquivo pessoal - Glória Salgado)
Na década de 60 fixou residência em Macaé, onde ministrou aulas de violão por um longo período. Tocou na Sociedade Espírita Macaense. No final da década de 70 fez algumas apresentações no Barracão da Criação. A continuidade do trabalho do professor João Salgado está presente através dos seus alunos: Lucio Duval, Ivan Siqueira, Piry Reis, Paulo Roberto, Marcos Darlan Cure (in memoriam), Flamarion Pereira(Neguinho), Ruzimar da Silva Pereira (Mazinho), Francisco Carlos do Amaral (Chiquinho), Antônio Carlos Marques de Abreu (Carlinhos), Iezi Bastos e muitos outros. No dia 10 de janeiro de 1984 foi encontrar-se com Bach, Mozart, Chiquinha Gonzaga, Carlos Gomes, Villa Lobos, Tarrega (Francisco de Assis Tarrega) e outros tantos. Imagino o som produzido pelo concerto regido por Deus.
Depoimento de Piry Reis: (não há vídeo - depoimento no podcast)

Piry Reis
(Foto: site www.macae.rj.gov.br)
Meu nome é Piry Reis, ex-aluno do professor João Salgado, mestre e orientador, exímio violonista com quem tive a oportunidade de aprender as técnicas básicas deste instrumento, deste fantástico instrumento. Fantástico e misterioso instrumento chamado violão acústico. Com ele tive a oportunidade de aprender a ler música para violão, coisa que ele tinha muito talento pra ensinar, uma técnica fantástica de ensinar a ler música para violão. Ele tinha umas transcrições de Johann Sebastian Bach por ele mesmo feitas, muito bem feitas, e outros trabalhos, exercícios, partituras que ele elaborava e selecionava com grande talento. Então essa experiência muito rica aconteceu num período que haviam poucos recursos aqui na cidade pra quem quisesse aprender.
Violonistas talentosos, músicos talentosos da época, também tiveram a oportunidade de conhecer essa figura ímpar do professor João Salgado. Em determinado período, percebendo minhas tendências para composição, eu mostrava pra ele as coisas que eu tentava fazer, ele gostava e aprovava e muito me incentivou nesse sentido. Por sugestão do professor João Salgado eu fui a Niterói, me inscrevi no Instituto Villa-Lobos e conclui um curso de Teoria Musical completa. Em seguida eu fui a Escola Guerra Peixe, no Rio de Janeiro, diz um curso de Harmonia Tradicional... Orientações do professor Salgado. Já um período mais adiante, eu retornava sempre a sua casa, na Vila São José, por um feliz coincidência a mesma rua onde eu morava no período. E mostrava pra ele o que estava fazendo, o que eu tentava fazer, meus estudos e como estava evoluindo, e ele sempre me recebia com muito carinho quando tinha tempo pra isso e me incentivava, me dava todo o apoio e incentivo. Essas são as memórias que eu tenho do professor João Salgado a quem sou muito grato. E me sinto muito feliz por ter essa oportunidade de dar esse depoimento sobre o mestre, professor João Salgado.
Parabéns a vocês por este projeto. Muito bom que seja feito isso. A memória musical da cidade precisa, de fato, ser preservada. Então, muito obrigado, parabéns e um abraço à todos!!
Depoimento de Iezi Bastos:
Eu fui aluno do professor João Salgado Chagas e estudei violão por música com ele. Aprendi a dedilhar certo com a mão direita, um estudo de Escalas e de Harmonia. E depois estudei Harmonia de Bossa Nova e Harmonia de Jazz. Foi o que completou o meu estudo de violão. E toquei clássico também: toquei Grieg, toquei Händel, toquei um pouco de Bach… e é isso aí! E compus alguma coisa, né. Fiz 2 CD's… e é isso aí! (Começa a tocar "Azul Contente", no violão).
Depoimento de Ruzimar Pereira (Mazinho)... executando, ao violão, o trecho da música "Lágrima", de F. Tárrega.
Olá, pessoal, eu sou Ruzimar Pereira, conhecido como Mazinho, do conjunto (antigo) "The Rell's". Este fragmento de música que acabei de tocar chama-se "Lágrima". Essa música ela fez parte da minha história musical. Na verdade, ela ajudou a escrever um novo capítulo na minha vida. E este capítulo foi escrito com ajuda de um grande professor chamado João Salgado. E eu quero, antes de tudo, parabenizar ao pessoal envolvido nesse grande projeto "Histórias da Música em Macahé". O meu amigo Chiquinho e porque não dizer, também, o meu amigo Magno que, apesar de não conhecê-lo ainda pessoalmente, mas já trocamos algumas idéias por telefone e eu já o considero meu amigo.
Mas antes de falar de João salgado, eu queria falar sobre alguns professores que a gente têm na vida. Nós temos aqueles professores naturais que são os nossos pais, nossos primeiros professores. Nós temos alguns professores que podemos classificar como do ensino secular, professores da escola, os profissionais nos ensinam a profissão… mas nós temos também os professores da vida, que a vida nos oferece, a vida nos apresenta ao longo de nossa caminhada e que são importantes para nós, que nos influenciam positivamente e marcam a nossa vida. Eu tive alguns desses professores e gostaria de falar deles aqui. Meu primeiro professor, eu poderia dizer que foi Floro, meu pai. Foi ele que me apresentou ao violão. Floro, um grande seresteiro na cidade. Ele levou a música pra dentro de casa… a gente aprendeu a gostar desse instrumento. Floro foi meu grande e primeiro professor de música.
Ainda não minha vida musical, na efervescência dos bailes, dos grupos de pop rock, eu na minha adolescência, conheci dois grandes professores que poderia citar aqui como o Marinho, hoje há falecido, e o Vanderlei Pereira. Estes dois me ajudaram muito, principalmente a romper ao que a gente poderia chamar de bolha de timidez que me envolvia, na época. Estes dois professores, Vanderlei e Marinho, merecem ser citados. Há um grande professor em minha vida, que eu não poderia esquecer, que é o Silvio Peixoto. Ele me mostrou que a música não é apenas melodia e solo. Silvio Peixoto me mostrou a literatura musical. Me mostrou que a música é também letra e poesia. Tive também o Luiz Lopes, que me mostrou a teoria musical e me fez ver que, pra mim, que aprendi música de ouvido e só tocava no instrumento aquilo que já ouvi e memorizei… porque é assim que funciona: você ouve, memoriza e depois passa pro instrumento. Esse é o músico de ouvido e essa foi a minha escola.
Mas foi João salgado, o grande João Salgado, que me fez verdadeiramente mergulhar nesse oceano que é a teoria musical, e fez mudar a minha relação com o violão e a música. Por isso eu agradeço muito aos amigos que estão regatando a memória deste grande homem que fez a diferença em minha vida. Um abraço a todos!
Glória Salgado, carinhosamente chamada de Glorinha pelos mais próximos, a quem nos destinou gentilmente a carta que lemos sobre seu pai, também nos conta uma curiosidade sobre ele antes da família vir fazer morada em Macaé:

João Salgado, esposa e filhos. Anos 60
(Arquivo particular - Glória Salgado)
"Meu pai foi convidado a formar, na Seropédica, um aviário enorme, imenso. E com isso, alguém ficou sabendo dessa história e chamou papai a ir pra Tapera pra fazer a mesma coisa: formar um aviário pra ter carne e ovos para os trabalhadores da CCM (Comissão da Central de Macabu - referente à Usina Hidrelétrica de Tapera onde passa o Rio Macabú), que era muita gente. Veio gente do Brasil todo pra lá… lá tinha nortista, tinha paulista, gente do Rio, tinha gente do Maranhão… trabalhadores, pra fazer aquela obra que tem grande lá, né, pra poder mandar energia aqui pra gente, pra essa região.
Foi lá que ele conheceu o general Hélio de Macedo Soares, que ficou apaixonado pelo violão dele, que depois nunca mais deixou papai (risos). Quando ele (Hélio) ia pra lá, ele avisava antes. A gente não tinha telefone, mas na empresa tinha… Hélio: oh, fala com Salgado que nós vamos fazer um sarau enorme, com ele tocando, tocando Bach, o que ele quiser tocar pra gente, a gente está lá pra ouvir e bater palma pra ele. Enfim, então foi assim. Meu pai, ele que foi chamado pra isso… depois ele passou a ser funcionário - escrevia bem, falava bem porque ele estudou - do escritório da empresa. Foi assim, ele foi admitido na empresa depois."
Finalizamos, agora, com o relato de nosso incansável Francarlos Amaral, também ex-aluno do professor Salgado, integrante do nosso projeto, interlocutor e responsável, junto à querida Glorinha, pelo episódio de hoje. Aproveito para fazer os agradecimentos a todos os envolvidos, a começar por ela: A Glória Salgado, por ter dado toda a atenção necessária, e também por ter cedido algumas fotos de seu arquivo pessoal. Infelizmente não encontramos nenhuma foto do professor com seu amado instrumento. E também ao Lúcio Duval, Piry Reis, Iesi e Mazinho, por dedicarem um pouco do tempo de vocês para prestarem esta bela homenagem. Mas não acaba por aqui. Vamos ouvir o Francarlos e continuamos para falar de nosso fundo musical, cheio de informações valiosas para vocês.
Vamos lá, então, Chiquinho. É contigo!
Depoimento de Francarlos Amaral: (não há vídeo - depoimento no podcast)

Francarlos Amaral
Meu nome é Francisco Carlos do Amaral. Todos me conhecem como Francarlos. É o nome artístico que eu usava nos meus tempos de músico, no Rio de Janeiro, e gostaria de falar um pouquinho sobre o professor João Salgado. Na década de 70 eu estava em Macaé. Eu cheguei em Macaé em 1973 e em 1975 eu conheci João Salgado. Professor de violão, um mestre, um de humano maravilhoso. Uma pessoa de coração fantástico e ele morava ali na Vila São José, atrás do cineclube (corrigindo: Tênis Clube), e eu o conheci através de amigos meus que faziam aula de violão com ele. Eu o procurei, ficamos amigos. Procurei pra saber se eu tinha aptidão para o instrumento. Mas eu percebi, logo no início, que eu não tinha essa veia… tentei tocar violão várias vezes, tentei tocar teclado, cheguei a estudar saxofone quando garoto. Mas ele foi muito calmo, muito paciente comigo, e ele notando que eu não tinha muita tendência com o violão… eu também não tinha muito tempo porque, entre idas e vindas, eu não parava muito em Macaé.
Eu vinha pra cá e voltava - meus pais moravam aqui, porque meu pai era ferroviário e foi transferido pra cá. Então, eu vendo que não estava muito bem no violão, eu aprendi alguma coisa com ele, de teoria. Ele começou a me ensinar teoria musical, alguns solfejos… e eu tirei muito proveito das coisas que aprendi. Eu já cantava na noite, mas tinha pouco conhecimento daquelas coisas que ele estava me passando. Inclusive, com isso, apesar de não tocar violão, eu aprendi a fazer transposição até de tons pra violão… aprendi cifras com ele, foi legal pra caramba!! E a gente fez uma amizade legal. E nessa amizade, eu vinha sempre à Macaé e o procurava. Ia lá bater papo, tomar café com ele à tarde. Conheci a filha dele, a Glorinha, que é minha amiga até hoje… então João Salgado, pra mim, é uma espécie de mentor intelectual musical. Eu gostava muito de bater papo com ele sobre música e ele era muito bom no violão, era virtuoso. Tocava clássicos e aquilo me deixava maravilhado. Então, sobre João Salgado, gostaria de deixar aqui meu relato, até porque eu não poderia deixar de falar dele.
Fundo musical:
"Abismo de Rosas". Nas palavras de Samuel Machado Filho, é uma das mais conhecidas e apreciadas valsas brasileiras, composta e executada por Américo Jacomino, o "Canhoto'', em 1916. Inicialmente com o nome de "Acordes do Violão" e com andamento acelerado, foi regravada 10 anos depois, nos estertores finais da gravação mecânica no Brasil, mais lenta e com maior definição na execução dos harmônicos e vibratos. Segundo Chin, era uma das músicas que o professor Salgado gostava de tocar durante as aulas. E a versão usada neste episódio é uma interpretação de Raphael Rabello que se encontra no disco "Relendo Dilermando Reis", lançado em 1994.
No depoimento de Lúcio Duval temos três peças tocadas por ele:
"Brasileirinho", um Choro de João Pernambuco composto para violão, um homônimo de outra música de Waldir Azevedo;
"Prelúdios americanos n°3 - campo", de Abel Carlevaro;
"Odeon", Choro de Ernesto Nazareth composto em 1909.
Seguindo:
"Agogô", de Isaías Sávio. Faz parte da coletânea Cenas Brasileiras, interpretado por Antônio Carlos Barbosa Lima, do disco "The Music of Brazil - The Golden Guitar", lançado em 1957.
"Marcha dos Marinheiros", de Canhoto. Interpretado por Raphael Rabello no mesmo disco citado anteriormente…
Protofonia "O Guarany", de Carlos Gomes, interpretado no violão por Turíbio Santos e Leandro Carvalho. Do disco " O Guarani" lançado em 2006.
Depoimento de Piry Reis:
Música "Limites", composição do músico macaense Piry Reis com Geraldo Carneiro, lançada pela primeira vez em 1980, no disco homônimo "Piry Reis". Esta gravação conta com grandes parcerias como a de Egberto Gismonti, Mauro Senise e de Vanderlei Pereira, este último baterista, também macaense, que vive nos EUA desde finais dos anos 80. Piry Reis é reconhecido internacionalmente e recentemente relançou seu disco nas principais plataformas streaming e também no formato Vinil, pela gravadora RWR Records, tornando-se fenômeno de vendas em toda a Europa e nos EUA.
Depoimento de Iesi Bastos:
"Azul Contente, composição de Walter Santos e Tereza Souza, lançada em 1963.
Depoimento de Mazinho:
"Lágrima", um prelúdio para violão solo composto pelo espanhol Francisco Tárrega em 1891.
"Gran Vals", de F. Tárrega. Composta em 1902. (obs.: esquecemos de mencionar no podcast)
Seguindo:
"Gavotte da 4ª lute suite", de J. S. Bach, com transcrição para violão e executada pelo mestre Andrés Segóvia. Esta gravação faz parte do documentário "Segóvia at Los Olivos", produzido ok Christopher Nupen, em 1967.
Prelúdio n1, de Heitor Villa-Lobos. Interpretado por Turíbio Santos no disco "A Obra Completa para Violão Solo - Heitor Villa-Lobos", lançado no ano passado pela Kuarup Música.
Prelúdio n2, de Villa-Lobos. Do mesmo disco citado acima…
Considerações finais:
E vamos finalizando nosso episódio de hoje, felizes em saber que todo o esforço foi válido para prestarmos esta singela homenagem ao mestre João Salgado. Certos de que existem muitos outros personagens de peso que merecem ser lembrados pela eternidade. Nos encontramos em breve para mais um episódio de Histórias da Música em Macahé. Um grande abraço à todos!!
FIM.