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  • Foto do escritorHM Macahé

Episódio 48. Ernesto Olive - Maestro e Ourives.



OUÇA O EPISÓDIO:


(Registros encontrados no período que compreende a virada do século XIX para o XX)



Ernesto Luiz Olive tinha muitos ofícios. Era músico, maestro e proprietário da “Casa Olive”, uma loja que comercializava e consertava objetos de relojoaria e ourivesaria, na antiga Rua 13 de Maio (Av. Rui Barbosa). Sua proximidade com a música fez com que sua loja também comercializasse instrumentos musicais, Miraphones, Discos, agulhas magnéticas e Aparelhos de Toca-disco, como os Zonophones (leia-se “Zon-on-phone”). Foi maestro, presidente e sócio-benemérito da S.M. Nova Aurora. Em 20 de novembro de 1897, casou-se com Amelia Hoche Ximenes, filha de Manoel Hoche Ximenes, tenente, comerciante e vereador em Macaé. Em 18 de setembro de 1901, nasce o primeiro filho do casal, Joubert Olive, que mais tarde se tornou atleta do América FC. Neste mesmo ano (1901) uma fatalidade acontece: o sogro de Ernesto Olive comete suicídio.

O Regenerador, ano II - nº 41, de 29 de outubro de 1911.


No ano de 1897, Olive foi convidado pelo ator e dramaturgo campista Joaquim d’Athayde para fazer parte de duas peças teatrais de autoria do próprio Athayde e encenadas no Teatro Santa Isabel: "A Tragédia de Canudos ou A Campanha dos Fanáticos" (baseado nos acontecimentos no Arraial de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro, na Bahia) e “Motta Coqueiro ou a Pena de Morte” (baseado nos acontecimentos de 1855 e no romance homônimo de José do Patrocínio, lançado em 1877). Nelas, o maestro Olive ficou responsável pela criação de toda a trilha musical, para Côro e Orquestra. Nesta espécie de Teatro Musical, várias músicas eram executadas durante os atos e entre-atos dessas duas peças, interpretadas de diversas maneiras: como hino, côro, balada, canção e couplet.


A partir de 1908, Macaé inicia suas primeiras atrações de cinema mudo no famoso Teatro Santa Isabel, através do "Cinematographo Parisiense", uma parceria entre os senhores Luiz Solon (que já exercia o ofício de fotógrafo) e Izidoro Lapa (orador, pintor e cenografista). Durante os filmes, alguns músicos eram contratados para tocarem ao fundo enquanto transcorriam as cenas. Na maioria das vezes o pianista era o músico que, sozinho, fazia o trabalho. Mas havia outros instrumentos que poderiam acompanhar, como o clarinete, instrumento que o maestro Olive executava. Durante um período curto, Olive atuou como comissário, trazendo encomendas do Rio de Janeiro para Macaé. Foi ele também sócio-fundador do Club dos Democratas, em março de 1898. Na comissão que redigiu o estatuto, estavam presentes nomes de peso como o Dr. Ignácio Veríssimo de Mello e o maestro Theophilo Mathias.

Durante o ano de 1897, através de convite do ator e dramaturgo campista Joaquim d'Athayde (o Artenio d'O Lynce), o maestro Ernesto Olive se encarregou de fazer a direção musical de dois grandes espetáculos teatrais que foram encenados em Macaé naquele ano. Athayde, além de ter atuado e dirigido todo o elenco, foi também o autor das duas dramaturgias.

Imagem: Jornal O Lynce. Ano: 1897

Montagem: Magno.


Ernesto Luiz Olive falece na noite do dia 27 de setembro de 1913. No dia seguinte, a banda da Nova Aurora acompanha o féretro em marcha fúnebre até o cemitério da Confraria de Nossa Senhora de Sant’Anna, como última despedida.


FIM.



Referência(s):




Fundo Musical:


  • Marcha Fúnebre Nº1, do maestro Anacleto de Medeiros. Executada pela Banda de Música de Ontem e de Sempre, sob a Regência de Luiz Gonzaga Carneiro. 1990.

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