- magnoeliasbatera
Episódio 21: Dia mundial do Rock - uma breve homenagem.

(Fonte: site www.hypeness.com.br)
OUÇAM O EPISÓDIO:
Em outubro de 1984, o irlandês Bob Geldof, da banda Boomtown Rats, viu uma reportagem detalhando a terrível seca e a fome na Etiópia que ameaçava tirar indiscriminadamente a vida de 30 milhões de homens, mulheres e crianças. Determinados a ajudar essas pessoas indefesas que não tinham voz própria, Bob e o também músico Midge Ure rapidamente se uniram e criaram um processo em andamento que levou a uma das maiores iniciativas de arrecadação de fundos de todos os tempos. Assistido por bilhões de pessoas em 95% das telas de TV em todo o mundo, o Live Aid é o maior show de todos os tempos. Essa efeméride foi uma sugestão de ninguém menos que o baterista e compositor Phil Collins. Bob Geldof, antes de se tornar célebre como humanista, ativista e nome por trás do show, havia ficado famoso em 1982 interpretando o papel principal no filme The Wall, leitura cinematográfica dirigida por Alan Parker sobre o clássico disco do Pink Floyd.

Esquerda: Bob Geldof em Wembley antes do show, em 1985; Direita: Bob em vídeo no Youtube, 2020.
(Fonte: site www.hypeness.com.br / Canal do youtube "Live Aid")
Em Macaé, muitos foram os shows independentes de Rock beneficentes. A citar alguns exemplos, como a ajuda às vítimas da enchente de fevereiro de 1998, que inundou toda a cidade deixando milhares de pessoas desalojadas. Grande parte da verba arrecadada foi usada para comprar fraldas de pano para crianças das famílias desabrigadas. Shows em benefício dos idosos do asilo, na Imbetiba, e da casa do idoso, no Barreto, além de inúmeros eventos com arrecadação de alimento não perecível. Isso mostra o poder do Rock, em seus variados estilos e subgêneros, em unir a juventude não só para tocar e se divertir, mas também de se comprometer com responsabilidades sociais. Todas essas qualidades afastam o Rock dos ideais conservadores que muitos ainda insistem em defender.
Recado de Ulysses Cabral
Músico desde os anos 70, Ulysses tem um recado para nos dar neste dia Mundial do Rock:

"Tudo começou quando ouvi She Loves You dos Beatles pela primeira vez. Lançamento no Brasil ! Aí veio as notícias sobre Woodstock e fiquei super curioso pra saber o que era aquilo, o que estava acontecendo e tal. Quando vim pra Macaé, conheci o Dácio e aí em seguida participei do Jazzuyrá, que misturava rock progressivo, MPB, jazz e blues. Com o fim da banda já nos anos 80 veio a febre das bandas cover. Fiz dupla com Dacinho durante muito tempo fazendo algo na linha do Jazzuyrá, mas com a inclusão do New Age e algo na linha do Spyro Gyra. Toquei no Aqualung, também cover de clássicos do rock. Depois veio o Alma de Borracha, O Pulso, uma passagem relâmpago pela banda Back in Blues, Som Natural que era uma dupla acústica fazendo covers também e, muito tempo depois, o regresso ao rock progressivo com a banda Cavinter. Mas é aquela coisa do rock: vende de tudo, menos discos e shows. Rock não é um estilo de música. É um estilo de vida."
Ulysses Cabral, 13/07/2021.
Recado de André Cruz

13 DE JULHO, DIA MUNDIAL DO ROCK!
BEATLES NA VEIA: DA BANDA "RITMO 5" DA ADOLESCÊNCIA EM MACAÉ À ATUAL E LONGEVA BANDA "ALMA DE BORRACHA"!
Na adolescência em Macaé, de 1967 à 25/02/1970, começamos com Dácio Tavares Lobo Júnior (Dacinho: baixo, vocal e coordenação musical - in memoriam); José Carlos Franco Correa (Zeca: guitarra-solo e vocal); Luis Campos Porto (guitarra-base); Márcio "Rumo Errado" Azevedo (vocal) e eu, André Cruz da Silva Filho (bateria e vocal), na banda "Ritmo 5", quando o amigo Ricardo Ramos ("Zuca") já era profissional nas bandas "Os Ambiciosos" (chegaram a tocar na TV, no Programa Aerton Perlingeiro, apresentador macaense e famoso à época) e depois "The Rells", grupo que fez muito sucesso tocando nos clubes macaenses e em diversas cidades.

Conjunto "Ritmo 5", na sede social do Tênis Clube Macaé, em 25/02/1970
Nos anos seguintes Zeca e, em seguida, Luis Porto também saíram da cidade para estudar, pois era a época de uma Macaé de apenas 50 mil habitantes e antes do boom do petróleo, quando aqui não tínhamos ainda nenhuma opção de estudo após o nível médio. Sim, estudamos e vencemos na vida, mas o "germe da música" da adolescência felizmente foi aqui implantado em nós para sempre!
Sim, após 15 anos praticamente sem colocar a mão numa bateria, a partir de 1985 passei a viver novas experiências musicais com outras bandas em Niterói e Rio de Janeiro, até a criação, no início dos anos 1990, da banda "Alma de Borracha", que fundei com amigos da Petrobras / REDUC, com os demais 4 componentes depois substituídos por quem? Dacinho, Zuca, Ricardo Silva e Ulysses Cabral! Sim, eu, Zuca, Dacinho e Ulysses, amigos de infância e adolescência em Macaé, novamente reunidos pela música, e trocando experiências musicais com tantos outros amigos que passaram pelo "Alma de Borracha", como Ricardo Silva, Apolinário de Souza ("Apolo", que substituiu Ulysses no baixo e segue conosco), Leo Azeredo (também ainda hoje conosco). Leo inicialmente substituiu Ricardo Silva no vocal solo e a partir de setembro/2011 também Dacinho na guitarra solo, com a morte do velho amigo, Marcelo Pesper etc!
Sim, infelizmente Dacinho se foi aos 59 anos em 18/09/2011, mas não deixamos o "Alma de Borracha" acabar! Pelo amor que temos à música em geral, ao Rock and Roll e especialmente aos Beatles, e em respeito à longa amizade, amor e memória do amigo Dacinho, "Alma de Borracha" segue viva, com cerca de 30 anos de estrada e com os componentes André, Zuca, Apolo, Leo e Duane Lobo, 21 anos, filho do Dacinho!

Dacinho (in memoriam) e Leo Azeredo
André Cruz - Macaé - 13/07/21
A ideia de tornar o 13 de julho em Dia Mundial do Rock veio de Phil Collins, como uma forma de imortalizar a dimensão e o êxito do evento realizado em 1985 – a partir de 1987 a sugestão foi tornada em celebração oficial. Curiosamente, porém, apesar da alcunha de “mundial” incluída no título, essa data é celebrada particularmente – e quase que somente – no Brasil, a partir principalmente de campanha das rádios 89 FM e 97 Fm de São Paulo: no resto do mundo a sugestão não ganhou fôlego e não é celebrada, e nos EUA o Dia de Rock é comemorado em 9 de julho, data da estreia do American Bandstand, lendário programa de TV que ajudou a popularizar o estilo – mesmo essa data não é especialmente popular por lá.
Fontes de Consulta:
Fundo Musical:
I Don't Like Mondays, da banda The Boomtown Rats. Ao vivo no festival Live Aid em sua primeira edição em 1985;
Let It Be, com Paul McCartney, Alison Moyet, David Bowie, Pete Townshend e Bob Geldof, no Live Aid - 1985.
Considerações finais: de última hora decidimos realizar essa pequena homenagem à este dia. Independente de qualquer consideração sobre este gênero musical tão eclético nos tempo atuais, a verdade é que o Rock carrega grandes qualidades que transcendem qualquer barulho ensurdecedor da guitarra distorcida. Vamos ficando por aqui e até o próximo encontro, rockers!! Um grande abraço!!
FIM.