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  • Foto do escritorHM Macahé

Episódio 19 - Festas de padroeiros em Macaé: das procissões às quadrilhas estilizadas.



OUÇA O EPISÓDIO:



O Fogo/A Fogueira


A vida em sociedade se inicia com pequenos grupos migratórios de pessoas que dependem da luz e calor do sol para conseguirem sobreviver. É esta mesma luz solar que ilumina a lua ao anoitecer e, juntamente com a luz de estrelas distantes, oferece uma tímida visão do ambiente noturno por onde esses pequenos grupos passam. Isso se o céu não estivesse nublado! Tudo era incerto neste cenário hostil ao homem primitivo, até inventarem o fogo. Fogo lembra o sol. Junto com a lasca cortante da pedra, o domínio do fogo foi uma grande conquista revolucionária da/para a humanidade. A sensação de controlar aquilo que, aparentemente, é produzido pelo astro-rei nos libertou de muitos medos. Além de iluminar e gerar calor, o fogo cozinha e assa alimentos, espanta animais predadores, protege do frio, emite sinais de alerta, encoraja o homem e o conecta, junto a seu grupo, com o sobrenatural. São motivos suficientes para que se faça uma grande comemoração. Com o tempo, o fogo se torna vital para os homens, principalmente quando estes começam a se instalar em locais fixos, se dedicando ao plantio e a criação de animais. Dominado o fogo e seu uso, a tradição de se usar fogueiras para comemorações diversas se torna habitual em épocas que vão do mês de junho até agosto, período onde se inicia o solstício de verão, no hemisfério norte, e de inverno, no hemisfério sul.

(Magno M. Elias)



Junho é mês folclórico, por natureza. O solstício, ou seja, o período do ano em que a Terra mais se afasta ou mais se aproxima do Sol, é comemorado de forma especial por todos os povos, desde os egípcios, os primeiros a ter o elementar conhecimento astronômico necessário para determinar com exatidão esse dia. O bárbaros costumavam fazer grandes fogueiras nessa época, acreditando que as mesmas fertilizavam a terra. Assim, espalhavam os tições pelos campos circunvizinhos e conduziam o gado por cima do borralho para favorecer a reprodução. Eles mesmos cantavam e dançavam em volta do fogo acabando por saltar por cima das labaredas com a mesma intenção. Na Pérsia, depois da aparição do Zoroastro, o fogo passou a ser considerado elemento purificador e puro ao mesmo tempo. Os gregos mantinham em frente às estátuas dos Deuses, tripés com fogo. Em Roma, as virgens vestais (festas em honra a Deusa Vesta que se celebravam de 7 à 10 de junho), estavam encarregadas da manutenção da flama sagrada, símbolo da perenidade do Império. Nos jogos olímpicos, a corrida com tochas se mantém até hoje, para não falar da lenda de Prometeu, que roubou o fogo dos Deuses para dar aos homens. Em toda a Europa, acender fogueiras, dançar ao redor do fogo e colher determinadas ervas com qualidades mágicas e terapêuticas eram parte importante dos cultos agrários do solstício de verão.


Com a cristianização dos diversos cultos provenientes das comemorações dos solstícios, a Igreja Católica incorporou essas manifestações culturais e religiosas em sua liturgia. Em Portugal, as comemorações foram ampliadas no século 13, incluindo o dia de nascimento de Santo Antônio de Pádua (que nasceu em Portugal mas morreu na Itália, no dia 13 de junho de 1195), e o da morte de São Pedro, em 29 de junho. De todas essas datas, a mais simbólica é a de São João, instituída pelo Vaticano no século VI para comemorar o nascimento de João Batista, nascido em 24 de junho, e o responsável pelo batismo de Jesus cristo. Por isso as festas juninas eram chamadas de joaninas. Transportadas para o Brasil colonial, as festas pegaram entre índios e escravos. Segundo o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, CNFCP, festa religiosa seria uma “festa popular frequentemente em homenagem a divindades ligadas às religiões de um grupo social. Pode exaltar uma parte da existência do homenageado, um acontecimento ou outros aspectos. Geralmente inclui a parte ritualística, em que ocorrem atos devocionais, profissões de fé e cerimônias, além da parte também conhecida como festa do largo, composta por quermesses, barraquinhas, brincadeiras, etc. Música, dança, comidas e bebidas são elementos constituidores das festas populares”. As Festas de Padroeiro, festa religiosa católica, são festas em devoção ao santo padroeiro das igrejas, abrangendo as comunidades e municípios pertencentes as mesmas. Em conformidade com o CNFCP, geralmente a festa do santo é em comemoração e homenagem ao dia de seu nascimento, batizado, morte canonização ou algum acontecimento especial de sua vida, tornando aquela data marco para a comunidade celebrar.


O primeiro registro de uma obra literária que menciona uma festa junina é do jesuíta Fernão Cardim em seu "Tratado da Terra e da Gente do Brasil". Ele relata, em 1583, a visita que realizou, na Bahia, em três aldeias indígenas catequisadas pelos jesuítas e, inclusive, já batizadas com nomes de santos católicos: “... Em todas estas três aldeias há escola de ler e escrever, aonde os padres ensinam os meninos índios; e alguns mais hábeis a contar, cantar e tanger; tudo tomam bem, e há já muitos que tangem flautas, violas, cravo, oficiam missas em canto de órgão, cousas que os pais estimam muito. Estes meninos falam português, cantam à noite a doutrina pelas ruas e encomendam as almas do purgatório...” “... Três festas celebram estes índios com grande alegria, aplauso e gosto particular. A primeira são as fogueiras de São João, porque suas aldeias ardem em fogos e para saltarem as fogueiras não os estorva a roupa, ainda que algumas vezes chamusquem o couro..."



Em Macaé, os jesuítas chegam em 1630 e fundam a primeira fazenda, com currais, plantações, engenho e um colégio pra catequese de indígenas, caboclos e outros habitantes. No alto de uma colina bem próxima à foz do Rio Macaé, é erigida uma capela que oferece vista privilegiada, tanto para a região serrana quanto para a parte central da fazenda (que depois veio se tornar a Vila) com vista para o mar e a ilha. A capela e a ilha foram batizadas em homenagem à Santa que educou Maria, a mãe do salvador: Santa Ana, avó de Jesus. Portanto, Sant'Ana é a santa pioneira em Macaé. Em 1584, uma bula do papa Gregório XIII instituiu uma festa, comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado “Mês de Santa Ana”.


Paróquia de Sant'Ana, com arquitetura atual desde 1896. Inicialmente uma capela, construída pelos jesuítas, foi erigida à paróquia em 1814. Ao lado, parte de traz da Igreja com vista privilegiada da cidade e do mar.

(Créditos de imagem: esq.: Vânia Lopes / dir.: Anita Gomide. Ambas do facebook 'Macaé das Antigas')


Em 1813, Macaé sai da condição de arraial e se torna uma Vila, com autonomia político-administrativa e recebendo o nome de Vila de São João de Macahé. Em conversa com a professora Ivânia Ribeiro, ela nos explica como a nova Vila recebeu esse nome, sem esquecer, é claro, da relação dos padroeiros com as festividades:


Ivânia: o nome de São João como padroeiro vem depois de Sant'Ana. Sant'Ana foi a primeira igreja onde a cidade nasceu, com o colégio dos jesuítas. Mas as festas de Sant"Ana eram festas onde a música tinha uma importância muito grande, porque na procissão de Sant'Ana, que é no dia 26 de junho (corrigindo: julho), antes do aniversário, eram procissões sempre puxadas por alguma banda. Então a associação festa de Sant'Ana e banda de música também era muito forte. Só que com a expulsão dos jesuítas no final do séc. XVIII, aí Sant'Ana ficou no banquinho de reserva e, tempos depois, em 1813, quando a freguesia recebeu a emancipação para Vila, quem era o rei? D. João VI, que assinou o alvará.


Então, o nome São João Batista não foi nem inspirado no profeta João Batista que era parente de Jesus. Foi uma referência muito mais política do que religiosa. D. João VI assinou, tá bom, então vamos homenagear. Vila de São João de Macahé, olha só como que isso é forte, né? Assim como também Campos, Vila de São Salvador não tem nada a ver com Salvador enquanto religião, mas tem a ver com Salvador que era uma grande personalidade política da região. Então, por conta dessa homenagem, São João se tornou um padroeiro, extra-oficialmente, desde sua fundação da localidade enquanto Vila, mas oficialmente São João passou a ser feriado por conta do prefeito Sizenando Fernando de Souza, que assinou uma deliberação em 1925 estabelecendo o feriado municipal. E o palco das comemorações de São João em Macaé era justamente a praça Veríssimo de Melo, que é a praça que abriga a igreja.


Deliberação instituindo o dia 24 de junho como feriado municipal, em homenagem à São João Batista, que se tornou padroeiro de Macaé quando esta se tornou Vila, em 1813. Mas o que os fatos da época demonstram é que a escolha do padroeiro foi uma articulação política que rendeu homenagens à D. João VI, por ter assinado e expedido o alvará de criação da Vila.


Então toda a cidade - na época não havia outros segmentos religiosos, havia até segmentos de matriz africana, mas de uma maneira discreta porque sofria preconceito, não organizava festas. O palco da festa de São João era a praça principal da cidade. Ali se encontrava todo o evento religioso mas também ali era importante por conta das duas bandas da cidade, Lyra e Nova Aurora. Sendo que uma não podia se encontrar com a outra. O dia que ia a Lyra a Nova Aurora não ia. Um dia coincidiu das duas estarem no mesmo momento, e fizeram uma grande disputa, nenhuma das duas queriam arredar pé. Então as duas ficaram tocando até de madrugada, como quem diz: "daqui não saio, daqui ninguém me tira", e não tenho medo da banda adversária.


Fato curioso é que, antes mesmo do prefeito Sizenando decretar feriado municipal do padroeiro de Macaé e também antes de São Pedro se tornar padroeiro dos pescadores, o jornal O Lynce, em edição publicada no dia 27/06/1908, lança uma nota sobre os poveiros, pescadores portugueses da região da Póvoa de Varzim, que chegaram à Macaé em busca de uma vida melhor e adotaram São João como santo protetor. Era um povo festivo e, segundo o jornal, ainda contaram com uma apresentação da Banda de Música da Nova Aurora em uma de suas festas de rua. Então, vamos lá:


OS POVEIROS


"Foi uma nota alegre neste nosso Macahé tão triste, a festa dos poveiros celebrando São João. OS POVEIROS!! São portugueses pescadores quase quase desde o berço. Na Póvoa de Varzim, ao norte de Portugal, um estrangeiro fica surpreendido visitando o lugar em certas horas, pois quase só encontra mulheres e crianças. Um menino aos 13 anos já vai ao mar em companhia do pai ou do irmão. E como são audazes! De vez em quando há fortes temporais e a audácia da gente da Póvoa é castigada pela fúria do Atlântico, ficando no mar, sepultados, 30 ou 40 barcos com toda a tripulação, 200 ou 300, pais, filhos e irmãos.


Toda a Póvoa cobre-se de luto, mas em breve, de novo, os filhos e irmãos formam novas companhias e largam para a rude labuta só compreendida por quem, uma vez, sofreu longas noites no mar largo, a borrasca inclemente molhando até os ossos e nem um peixe na linha. Os poveiros não desanimam. Emigram. Vão em palha-botes até o Banco da Terra Nova nas costas da América do Norte à pesca do bacalhau e aí onde reúnem-se pescadores ingleses, franceses, espanhóis, italianos e até noruegueses, que suspendem quando chega setembro, porque outubro já é insuportável devido aos ciclones. Os poveiros destemidos demoram-se até novembro e não raro são vitimados pelas terríveis tempestades giratórias do mar das Antilhas.


Vieram para o Rio de Janeiro e há muitos anos à eles o Rio deve quase todo o peixe que ali se consome. Agora com os melhoramentos da capital, que vai perdendo uma série de comodidades particulares, em benefício da civilização; agora que já não há mais praias no centro da Cidade, os poveiros mudam-se para o sul ou para o norte. Vieram até Macahé, trabalham e progridem. Supersticiosos, crentes e devotos como todo marinheiro que, no momento angustioso, lá no mar largo, esgotada toda energia, nada mais resta que a esperança num Deus ou no santo padroeiro do seu barco ou de sua aldeia, resolveram festejar São João em Macahé, e foi uma delícia contemplar aquela gente sadiamente alegre dançando e cantando suas canções nostálgicas, de uma ingenuidade tocante.


Homens valentes que viram a morte à dois passos, dez vezes, sem tremer, sem pavor, lá no mar furioso, agora umedecem os olhos ao recordarem uma canção que lembra uma mãe, uma filha, uma esposa ou uma noiva. Alegres, honrados e valentes poveiros, bendita seja a vossa alegria! Esses pescadores portugueses, para festejarem São João de acordo com as tradições de sua terra distante, enfeitaram vistosamente todo o trecho da Rua Conselheiro Ratton (Trapiche)¹, onde residem e daí dançaram e cantaram até tarde da noite ao ar livre à claridade das fogueiras crepitantes. Foi uma diversão ruidosa, alegre, original e que chamou ao local uma verdadeira multidão de curiosos na véspera e no dia do grande evangelizador, o doce e poético João Batista. A banda da S.M. Nova Aurora lá esteve: foi levar a manifestação da sua solidariedade amiga aos bravos marinheiros luzitanos."


Jornal O Lynce, ano XIII, nº 666 de 27/06/1908.


¹ Rua Conselheiro Ratton, também Rua do Colégio e Rua Conselheiro Dantas. Atual Rua Télio Barreto. Ratton se refere à Ignácio Ratton, fazendeiro e comerciante da primeira metade do século XIX que tinha um trapiche (local para armazenar produtos de exportação e importação) no início da mencionada rua, bem próximo à foz do Rio Macaé.


Início da Rua Télio Barreto, local onde antes era conhecido como Conselheiro Ratton e também onde ocorreu a festa dos poveiros mencionado pelo Jornal O Lynce. Nota-se, na esquina, um pequeno prédio antigo e, ao lado, um espaçoso local com telhado triangular, onde hoje funciona um bar. Seria ali onde funcionava o Trapiche de Ratton?



Continuação - Ivânia:


Então essa presença da música nas festas de São João (música como bandas), era uma presença muito forte. Não eram só as marchinhas de São João, Santo Antônio, São Pedro, não. Era a música que representava o município de Macaé, porque São João representava o padroeiro de Macaé como um todo. Uma coisa não se desvincula da outra e é muito interessante ver na história que, mesmo quando a política e religião se misturam, o povo leva cultura independente do que está sendo pensado pelo padre ou pelo governador, seja lá quem for, a música nunca esteve ausente. Mas mesmo quando não era feriado o povo se organizava em torno da festa de São João Batista. Mas essa questão de São João está muito ligada às pessoas que tinham influência econômica na cidade. Por exemplo: a igreja São João Batista era uma igreja formada não só por pessoas religiosas. Era formada por advogados, médicos, engenheiros. A elite econômica da cidade se concentrava nas irmandades: na Irmandade São João Batista, Irmandade do Santíssimo Sacramento... por quê? Era dali da igreja que saía o Azilo da Imbetiba, o Hospital São João Batista, os cemitérios. Todos partiram dali. Então não era só questão religiosa, era administrativa também, da cidade. As coisas estavam muito vinculadas. A influência desse povo na organização das festas de todos os eventos (chamavam de quermesses) era uma influência muito forte. Eles controlavam a cidade.


Depois vem São Pedro, que também foi uma festa muito significativa, muito animada, aí faz a ponte com os pescadores. A festa de São Pedro era muito concorrida também. Aí organizada pelos pescadores. Mais tarde a Igreja São Pedro da Barra abraçou, mas era uma festa muito popular que acabou não tendo mais por questões de violência. Porque aquela região do mercado era meio complicada em termos de prostituição, drogas, violência, mas também teve uma influência muito grande. A festa de São Pedro durou anos. Os barcos vinham da Barra, aportavam no mercado de peixes e ali era o momento de consagrar a economia do município, que era uma economia pesqueira antes da Petrobrás. Ali, a questão de marchinhas juninas não era tão forte. Era mais músicas populares, MPB, etc. A relação não era exatamente com a quadrilha, com as músicas relacionadas tanto a festa junina, não. Era um outro caráter, né. Porque a colônia de pescadores sempre gostou de ter uma influência grande na festa de São Pedro. Na de São João Batista eles não... era até uma questão de classe social...


Cortejo com imagem de São Pedro e procissão marítima.

(Créditos de imagem: esq.: Raul Silvestre / dir.: Rui Porto Filho)


Magno: mas sempre foi assim. Basicamente as igrejas, paróquias estavam de frente nessas influências e com essas figuras da elite...


Ivânia: isso. Até porque a São João Batista era o cartório. As igrejas, até a República, eram cartórios. Certidão de nascimento, óbito, casamento... não tinha nada no cartório, era tudo lá. E ainda existem livros com esses relatos de nascimentos de cativos e de brancos; de negros, de índios, de pardos. Tudo separado em livros. Ou seja: era o centro, né. Macaé ficou em torno de São João Batista. A área do Barreto é interessante, tinha também uma igreja, ou uma capela, mas como era afastado, era rural, não teve uma influência tão forte.


Magno: tem essa capela atrás do cemitério, não é isso?


Ivânia: sim, tem uma capela praticamente em ruínas, tem uma outra que ergueram. Mas aquela área também foi muito importante pra esse lado religioso. Não pro lado cultural. Depois vem Santo Antônio que daí foi um outro momento. Mas marcantes na história do município são as festas de São João e São Pedro, em termos de influência pra cidade como um todo. Porque Santo Antônio é restrito à comunidade mais específica aqui do Campo D'oeste e não tem muito lastro ainda pra entrar numa dissertação, num trabalho assim.


Festa de Santo Antônio, na praça de mesmo nome. Interessante observar a relação entre o sagrado e profano quando observamos, por exemplo, o calendário de eventos culturais dessas festas.


Após a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, em 1760, a capela fica abandonada e em 1776 o carioca e mestre caldeireiro Gonçalo Marques de Oliveira arremata as terras da fazenda. Com o objetivo de valorizar suas terras, Gonçalo obteve, em 13 de abril de 1778 o Breve Papal, que declarava privilegiado para sempre o altar de Sant'Ana. Em 1795, em meio a dívidas, parte da fazenda (incluindo a capela) é vendida ao capitão Bento José Ferreira Rabelo (ou Rebello), morador de Campos dos Goitacazes e dono de um engenho de açúcar. membro da família que, junto com o sargento-mor João Luiz P. Vianna articulou junto à D. João a criação da nova Vila, o que influenciou o nome do que veio a se chamar Vila de São João de Macahé. A capela é erigida à Paróquia por súplica da Câmara ao padroado régio, em 16 de março de 1814, sob a invocação de São João Batista de Macahé. tendo seu alvará de criação expedido a 6 de maio de 1815, ou seja, após a criação da Vila em 29 de julho de 1813. Poucas décadas depois, a paróquia retorna como uma confraria, fazendo parte de sua administração figuras da nobreza local.


Conversei com José Carlos Oliveira, pesquisador e restaurador de documentos ligados à Igreja de Sant'Ana, para tentar encontrar registros sobre festividades da época:


Magno: o que você tem de conhecimento de pesquisas que você fez nos documentos da Igreja de Sant’Ana, em termos de festividades populares pela Confraria, no caso?


José Carlos: pois é, o que eu pude analisar lá dentro, da documentação remanescente que eu encontrei, foram registros de pagamento de materiais para que pudessem ser instalados, durante as festividades no morro, as tochas para iluminação noturna usadas na época. Pagamentos relativos à fogos de artifício. Pagamentos de vários serviços prestados por colaboradores das festividades. Existe lá, o pagamento de um padre que vinha de Carapebus, não lembro nome mas o nome dele é citado. Mas esse padre vinha de Carapebus pra cá, não sei se pelo motivo do vigário não poder assumir lá o compromisso com as festividades. O padre vinha de viagem no lombo de burro e eram pagas pela Confraria a hospedagem dele. Cabia à ele a missa solene em honra à Sant’Ana, um sermão também que havia e a procissão.


Magno: procissão seria mais em que data?


Imagem acima: trecho de noticiário do jornal Monitor Macahense, ano IV nº 315, de 01/08/1865. (fonte: acervo digital da Biblioteca Nacional)


José Carlos: a primeira, do senhor morto, na sexta-feira santa e de Sant”Ana, entre o dia 26, que é a data oficial da celebração litúrgica. No caso do dia oficial cair no meio de semana e não ser possível fazer a procissão, era no domingo seguinte.


Magno: você se refere à 26 de julho... antecede até o aniversário de Macaé. Coincide até nisso.


José Carlos: foi exatamente essa questão aí que acabou tornando oficial o feriado pela data de emancipação da cidade como feriado municipal e tirou um feriado que poderia ser dedicado à Sant’Ana, pela condição dela de co-padroeira. Porque ia ficar dois feriados municipais quase colado: Sant’Ana 26/07 e o município 29/07. Por essa questão aí eu acredito que o feriado municipal ficou fixado pro dia 29 e tirou a projeção de Sant’Ana, coitada.



A festa de seu Baltazar, em Glicério.


Há uma simpatia bastante comum e antiga no Brasil, que consiste em passear sobre as brasas da fogueira com os pés descalços. Tal prática é executada tanto por sacerdotes católicos quanto por leigos. Esses últimos fazem-no principalmente em razão de alguma promessa a ser paga ou algo do gênero. É interessante, contudo, saber que essa simpatia remonta a um culto antigo à deusa romana Ferônia, como diz Câmara Cascudo: “Na Itália, no santuário da deusa Ferônia ao pé do Monte Soracte, todos os anos os homens de certas famílias andavam com os pés nus e sem se queimar sobre as brasas ardentes e as cinzas de uma grande fogueira feita com pinheiros, em presença de incontável multidão vinda de todos os pontos da região para fazer suas devoções à deusa. As famílias a que esses homens pertenciam tinham o nome de Hirpi Sorani, os Lobos de Soranus.” O rito dedicado à deusa acabou sendo assimilado pelo cristianismo e sobreviveu, transformado, na forma de simpatia.


Celio de Souza, o Celinho de Glicério, tem 75 anos, é músico nascido e criado no distrito de Glicério. Ele nos conta como eram bons os momentos de festejar São João e lembra de músicos que foram referência na região serrana:


Celinho: a festa de São João, aqui em Glicério, é um festa quase que cultural. É de tradição lá na serra todos nós cultuarmos a festa de São João, que é a véspera de 23 para 24, o dia real da fogueira. A fogueira do dia 24, que é o dia de São João, é uma fogueira simbólica. Mas a do dia 23 para 24 é a fogueira onde as pessoas assavam batata, milho, cana, aipim, essas coisas. E à meia-noite, as pessoas passam até hoje (muitas não sabem disso) dentro da fogueira. Tem que ser meia-noite exato. Passam dentro da fogueira sem queimar os pés. E a comunidade da região serrana, principalmente da minha área, que é Glicério, desde criança eu sempre presenciei essas festas inclusive na minha rua, lá em cima, que a gente falava que era festa de seu Baltazar. Um senhor antigo lá da região, seu Baltazar Rangel. Então a comunidade se reunia e cada um doava um doce, uma bebida, um quentão. E a noite os vizinhos se reuniam, batiam aquele papo, comia os doces, que eram distribuídos gratuitamente entre a comunidade. Aí, até chegar à meia-noite, eles iam em volta da fogueira, tinha a quadrilha, aquelas danças ali e meia-noite parava tudo pra passar na fogueira. Nem todo mundo tinha coragem. (Risos)

Essa festa, essa fogueira de São João, é tradicional. Tinha um sanfoneiro tocando, um pandeirista, um zabumba, triângulo, chocalho... Leodite Vilela marcou época em Glicério, no Óleo; Deminho do acordeon, ele tinha uma sanfona de 48 baixos vermelha; Tião, no pandeiro; Pena, tocando violão de Cravilha. Além de seu Leodite, que era o patriarca, tinha o filho dele Ubirajara Vilela que era sanfoneiro também. E outros lá. Essa era a tradição.


Cultura afro-brasileira nas festas do ciclo junino.


São inúmeros destaques que aumentam a diversidade cultural contida nesse curto ciclo junino. A quermesse, o arraial, a dança de fitas, os fogos de artifícios, a dança quadrilha, o uso de bandeiras e mastros dos santos são alguns dos elementos contidos nas festas juninas brasileiras. Mas aonde os africanismos brasileiros podem ser sentidos e até mesmo unificar parte da tradição das festa é na alimentação e nas comidas típicas do país. Do ponto de vista alimentar, o São João nordestino é o mais regrado nas tradições afro-brasileiras comparativamente às festas em outras partes do país. Assim, entre outras iguarias de época, citamos o mugunzá, que vem da língua angolana chamada quimbundo: mu’kunza significa “milho cozido”. O xerém, que é uma papa à base de farinha de milho, é outro prato típico das festas juninas do nordeste e que traz a marca da mestiçagem com Portugal. Provavelmente, o termo "xerém" vem do termo falado na língua iorubana da Nigéria e Benim xe'ree, ou seja, um “chocalho” com o qual se anuncia a chegada no terreiro do orixá Xangô, deus do trovão e ligado à justiça – ele é um orixá que na umbanda é, por vezes, coincidentemente sincretizado com São João e São Pedro...


Enquanto o fogo da fogueira purifica o inverno brasileiro, o arroz doce, o amendoim, o bolo de macaxeira (mandioca), o pé de moleque, pamonha e a cocada esquentam as bocas dos que entoam hinos, cantigas e canções nos dias de festança. O adocicado sabor que visitou a boca de todos os brasileiros durante cerca de 400 anos proveio do plantio, colheita, processamento do açúcar e elaboração de receitas de culturas mescladas e algumas de origem africana como o curau e a canjica. Das línguas quimbundo e quicongo, que são faladas na Angola e República Democrática do Congo, o termo canjica/Kanjika significa “massa de milho moído”. Já o Curau, provavelmente advém da língua Haussá, falada na África Ocidental, entre outros, em países como Níger, Gana, Camarões e Norte da Nigéria; o termo kuresa, significa “um punhado de milho” nessa língua. O Fubá, que é base para inúmeras iguarias juninas em todo país, tem origem entre os falantes africanos da língua quimbundo.


É com muita religiosidade e amor que os brasileiros festejam a data de São João. Com esse mesmo espírito amoroso que as tradições indígenas, portuguesas e africanas se congregaram em torno da fogueira nos dias de festas... E é justamente numa canção típica de muitas festas juninas há décadas que se pede para que todos pulem com cuidado a fogueira de São João. Imortalizada na voz de Francisco Alves em 1936, e depois regravada por Pixinguinha e sua Banda em 1956, a letra da marchinha de Getúlio Marinho e João Bastos Filho dizia em seu refrão: Pula a fogueira iaiá, pula a fogueira ioiô, cuidado para não se queimar, olha que a fogueira já queimou o meu amor... Os termos “Iáiá, (yayá) e ioiô (yoyô) eram os modos como os negros escravizados chamavam seus senhores, desde a contração do termo até a criação da forma carinhosa: Senhora>Sinhá>nhá>iaiá e Senhor>Sinhô>nhô>ioiô... (Trechos tirados do site museuafrobrasil.org.br - "Três Santos do Ciclo Junino fazem a festa no Museu Afro-Brasil")



As Quadrilhas


Monitor Macahense, ano II - nº 162, de 05/02/1864

Ao longo dos tempos, a música associada à dança tem estado presente nas mais distintas culturas, como forma de lazer, veículo de comunicação com o sobrenatural, catarse social, parte integrante de um rito, como propiciadora das relações entre os sexos e, em sua transcendência, arte. Independentemente da forma como se manifeste, a música/dança revela sociedades e comportamentos humanos, e trata-se de expressão cultural em contínuo processo de mutação, tanto quanto a sociedade na qual ela está inserida. A quadrilha é uma dança de longa existência, havendo dela registros perpassando séculos com variações em tempo e espaço. Resultado da união de elementos de danças européias que se amalgamaram no decorrer do tempo – especialmente modalidades de contradanças que se uniram pouco a pouco e não pararam de se transformar –, ela chega ao Brasil possivelmente no segundo quartel do século 19, como uma das marcas das tradições francesas na cultura brasileira, e tem grande destaque no repertório dos bailes da sociedade fluminense.


Desde o século 17, eram dançadas na Inglaterra as country dances, termo que designa grande variedade de danças realizadas no campo, mas também praticadas na corte inglesa. As country dances atravessaram o Canal da Mancha e se espalharam em distintas culturas, graças ao seu estilo animado e democrático que despertava o interesse das novas gerações. Nos salões parisienses as Quadrilles eram conhecidas como contredanses no final do século 17, convertendo-se em baile da sociedade. Das diferentes formas musicais e coreográficas manifestadas em países da europa, foi a francesa que mais influenciou o Brasil. A quadrilha francesa, como encontrada por volta de 1840 nos salões parisienses, é o encadeamento de cinco ou seis danças, como uma suíte, sendo as quatro primeiras – Pantalon, L’éte, Poule e Pastourelle – contradanças autônomas que se transformaram ao longo dos anos. Na segunda metade do século 19, é intensificada, no Brasil, a criação de modalidades de quadrilha diferentes da francesa, como forma de recriação coreográfica e musical. Surgem designações que traduzem a intenção do autor no processo composicional: quadrilha carnavalesca, brilhante, elegante, militar, espanhola, facilitada, etc.


As danças representadas pela herança das três raças e as influências de vários povos que contribuíram para a formação da cultura brasileira, ainda se encontram fortemente presentes nas comemorações coletivas, especialmente durante os festejos joaninos como o forró pé de serra, o xaxado, o baião, o maxixe, o rojão, e a mais festejada de todas a quadrilha junina, que nos últimos tempos se moldou, transfigurou-se tomou novas formas sendo agregada à mesma o termo “estilizada”.


Quadrilha Lua de Prata



Em evento histórico para Macaé, estivemos na sede do Sindtob (Lagomar), palco da 1ª edição do "Levanta Poeira", realizado no sábado, 26 de junho passado. Houve gravação de DVD com a presença de 2 quadrilhas de Macaé: a 'Lua de Prata' e 'Casa de Seu Zé'. Conversamos com Rodrigo Edgar, representante da Quadrilha Lua de Prata, grupo caipira estilizado que possui 48 integrantes. Ele nos contou um pouco sobre sua trajetória artística pessoal e a do grupo:


Magno: Como, quando e onde surgiu a Quadrilha Lua de Prata?


Rodrigo: surgiu em 2012 através de amigos pra brincar o São João aqui no bairro Lagomar, ali na W 18. Nos reunimos pra brincar o São João e através dessa reunião pra brincar virou uma quadrilha profissional, onde ela representa o Estadual de Quadrilhas no Rio de Janeiro. Fomos convidados pra representar o Rio de Janeiro no Piauí pela CONFEBRAQ ...


Magno: tem uma quadrilha de mesmo nome lá, né? Tem alguma coisa a ver?


Rodrigo: tem a Lua de Prata, no Piauí. Na verdade o nome 'Lua de Prata' é o nome fantasia. Nosso nome de registro é Grêmio Recreativo e Cultural Unidos da Lua de Prata. A gente só usa o Lua de Prata como nome forte.


Magno: e por que do nome 'Lua de Prata'?


Rodrigo: quando a gente fez a primeira reunião pra escolher o nome, era uma noite estrelada com uma lua muito bonita e brilhando muito. E o pessoal: "ah vamos botar "Lua". Mas Lua de que? Lua de ouro? E eu disse não, vai ser Lua de Prata. A lua representa todos os brincantes, a inovação dos brincantes, e o prata uma coisa mais do brilho.


Estandarte da Quadrilha Lua de Prata


Magno: você disse sobre essa profissionalização do grupo. Como você diferencia a quadrilha de vocês desse formato tradicional, do rural?


Rodrigo: a Lua de Prata traz sempre pro São João uma quadrilha voltada para... ela é estilizada. Só que a gente não abandona nossa tradição cultural de antigamente. A gente coloca o caminho na roça, caracol, passeio dos namorados. Sempre a gente coloca no grupo, nas coreografias, inovando mas não esquecendo as nossas raízes.


Magno: esses elementos coreográficos que vocês colocam, antigamente não existia festival, concurso... isso entra em um novo modelo de apresentação, né?


Rodrigo: é. Eu já participo de concurso de quadrilha desde os meus 6 anos de idade.


Magno: você é de onde?


Rodrigo: sou do Sergipe. Moro em Macaé há 12 anos. Quando eu dancei na minha primeira quadrilha profissional, eu tinha 12 anos. Mas com 6 anos já dançava na infantil, puxava a frente, marcava... depois eu passei pra adulto. Dancei em quadrilhas que hoje se consagram as melhores de Sergipe e vindo pra Macaé eu fundei, com meus amigos e família, aqui no Lagomar, e fundamos. Eu cheguei a fazer parte de outra quadrilha aqui do bairro, a ABC do Lagomar, que hoje está desativada. Mas foi onde eu busquei muito conhecimento. E hoje, os concursos que participamos são elaborados pela Aqua Rio, LicobaFej... várias ligas que tem lá no Rio. E a gente está fundando em Macaé a Federação de Quadrilhas Juninas do Interior do Rio, onde vai abraçar Campos, Angra, Macaé, Rio das Ostras. Região dos Lagos e Norte-Fluminense.


Magno: como sobrevive a família Lua de Prata?


Rodrigo: a gente conta com o apoio grandioso do vereador Amaro Luiz, que nos cede espaço, nos ajuda com ônibus, figurino, alimentação do grupo... é como eu digo, um patrono. Desde a fundação ele sempre esteve junto.


Magno: além de vocês tem outros grupos também?


Rodrigo: tem. Aqui hoje tem a ‘Casa do seu Zé’, que veio nos prestigiar. Tem a ‘Lumiar’, tem a ‘Tô sem freio’ e ‘Roceiros da Projetada’. Uma da Nova Holanda, outra da Fronteira, outra da Barra e a outra da Malvina. Hoje a gente completa 9 anos de quadrilha. É uma história bonita onde no grupo tem sergipano, carioca, macaense, cearense, paraense, maranhense, baiano... uma mistura, tem gente de todo o canto do Brasil.







Magno: além das festas juninas vocês também abrangem a julina... porque pelo calendário vai até agosto, né?


Rodrigo: na verdade a gente dança São João o ano todo, porque nossos ensaios começam em outubro. Aí vai outubro, novembro ... março, abril. Maio começa nosso lançamento e junho começam as apresentações oficiais e vai: junho, julho, agosto e as vezes vai até setembro, festa setembrina.


Magno: e o repertório? Já que nosso projeto tem uma abordagem musical, não desvinculado de outros aspectos como a dança, teatro e tudo ... tem a música de quadrilha, forró ...


Rodrigo: nós trabalhamos muito o repertório nordestino: Alceu Valença, Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Dominguinhos, forró xaxado, Trio Nordestino, Alcymar Monteiro... A gente sempre busca a essência do nordeste, que é uma coisa que eu gosto, por ser nordestino. Eu busco sempre trazer esses personagens pra nossa história. Quem conhece o nordeste... quem é nordestino é brasileiro porque o nordeste se expandiu por todo o Brasil.


Magno: vocês tem algum trabalho gravado?


Rodrigo: Hoje a gente está gravando o primeiro DVD, mas teve uma live no Rio feita pela Aqua Rio, que foi no mês de março, só que foi sem público. Foi um evento realizado pra ajudar as quadrilhas nesse momento difícil.


Magno: então hoje é a primeira vez que vocês estão gravando um DVD...


Rodrigo: fazendo a gravação do DVD com esses dois grupos que vão participar hoje, que á a Casa de Seu Zé e a Lua de Prata. As outras foram convidadas mas, por motivos da pandemia, outros por conta do bairro. Se não fosse isso acredito que todos estariam aqui.


Magno: gostaria de te agradecer pela disponibilidade.


Rodrigo: que seu projeto venha a crescer. Da mesma forma que a gente começou igual uma formiguinha, hoje nós somos uma multidão de formigas. Conte sempre com o nosso projeto, a Lua de Prata e a Casa de Seu Zé.




FONTES DE CONSULTA:



Fundo Musical:


  • Som de fogueira;

  • Hino Sagrado - Deus Egípcio do Sol, Senhor Rá, Rá é o Deus Egípcio do Sol sendo a principal divindade da religião egípcia. O culto ao Deus Sol foi muito próspero no Egito, sendo a principal forma de adoração e um culto oficial por cerca de vinte séculos.

  • Te Deum, hino católico;

  • Grupo folclórico poveiro - São João poveiro;

  • OURO NEGRO, dobrado de Joaquim Antônio Naegele e revisão de Marcelo Jardim, executado pela Banda Sinfônica Nova Aurora na Rádio MEC através do projeto "O Som das Bandas - Balançando o Coreto", em junho de 2011;

  • Hino de Sant'Ana

  • Pout-pourri de Luiz Gonzaga, do disco "Quadrilhas e Marchinhas Juninas", de 1964;

  • Xangô do fogo;

  • Pula a fogueira, Originalmente lançada por Francisco Alves, em 1936;

  • Le denois, composição do francês considerado o pai das quadrilhas, Phillipe Musard;

  • Áudio usado pela Quadrilha Lua de Prata na apresentação do 7º Festival Estadual de Quadrilhas Juninas do Rio de Janeiro, em março deste ano, organizado pela Aqua Rio.



Considerações Finais:


É isso, meus amigos, espero que tenham gostado deste episódio. De uma maneira geral, conseguimos falar um pouco sobre esse festejo tão antigo e tradicional aqui em Macaé mas que se confunde, no fim das contas, com toda uma tradição milenar do homem. Seus cultos, suas crenças e valores. Ao falar sobre os padroeiros, colocamos mais em evidência a figura de Sant'Ana em Macaé, provocando a reflexão de todos sobre quem deveria ser a padroeira de nosso município. Talvez este seja o núcleo de tudo que falamos hoje aqui. Vamos ficando por aqui, lembrando que em nosso site se encontra informações adicionais sobre o nosso projeto, além do blog com todos os episódios em podcast e também no formato transcrito, em texto, ilustrado om imagens. Lembrando também que estes dois formatos foram pensados para democratizar o acesso dos deficientes auditivo e visual. E para você que pode desfrutar das duas opções, aproveite as imagens que lá estão, muitas delas inéditas. A lista com as fontes de consulta e o fundo musical se encontram no final da matéria do episódio.


Nos encontramos em breve e um grande abraço!!


FIM.

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